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Crónicas de uma escritora ambiciosa num mar de ilustres jornalistas

No início da minha primeira época de exames da faculdade, dei por mim a querer desistir do curso. Tive um conjunto de crises existenciais que me levaram a achar que aquele não era o meu lugar. Dei por mim num lugar estranho, desconhecido, a lutar pela sobrevivência (literalmente, porque sejamos sinceros, ninguém disse que tirar um curso universitário é fácil). Aguentei o meu primeiro ano. O segundo depressa chegou e, cá estou, a meses de entrar no último ano da licenciatura. Foi durante este que me percebi a minha verdadeira paixão, que sempre esteve presente. E (momento dramático), não é jornalismo! Sim, tive algumas insónias a pensar no assunto. O que me levou a concluir isto foi o período de negação em que estive este tempo todo. Neste segundo semestre, tivemos um trabalho (tem sempre que ser um trabalho, não tem?), que me aproximou do que é realmente fazer jornalismo. E agradeço a oportunidade, porque realmente fez-me perceber que jornalismo não é para mim. E está tudo bem.

O estranho sonho do sábado à noite

Ontem perdi os meus pais. Estávamos junto ao rio, olhando o horizonte, A praia estava cheia. Até que uma mulher apareceu, entregando algo aos meus pais. Quando dei por mim, eles tinham desaparecido. O meu irmão mais novo ficou mas nunca mais o vi. Nessa noite, adormeci ao som das ondas do mar, ouvindo os meus amigos chorar e os seus longos suspiros, contrastando com outros que reclamavam, proferindo palavrões. Também eu o tinha feito, horas mais cedo, para um mulher que nem sequer conhecia. No dia seguinte, quando acordei, cansada e confusa, observei as ondas do mar. Até que, do nada, o que parecia ser um tsunami começou a formar-se. Acordei os outros, visivelmente assustada. Não havia por onde fugir. Dei por mim cá fora, com os pés na quente areia, enquanto o mar crescia como um monstro assustador. Como se fosse o fim do mundo. Corri até à casa em pânico, tentando abrir a porta. As ondas batiam-me nas costas, com demasiada força. Agarrada a uma tábua, cheia de dor, consegui s

Let´s talk about LOVE

Sim,  o tema deste post é mesmo o amor. Não, não é um mito, não é uma fantasia. É talvez dos sentimentos mais bonitos e destruidores que podem existir. Todos nós já nos apaixonámos, desde uma paixãozinha de nada até a um amor que nos consome, que nos destrói. Que nos faz dar voltas de noite, pensando no que poderia ter sido diferente. O amor muda-nos. Molda-nos. Torna-nos melhores ou transforma-nos em monstros escondidos numa escuridão imensa, incapazes de voltar a amar... (estranho, não?), a forma como um sentimento que parece tão pequeno, tão ingênuo pode ter influência em nós... Principalmente quando nos apaixonamos por alguém que não corresponde. Que não nos ama de volta. Que não responde às nossas mensagens, ou que nos magoa pela forma como nos trata. Uma relação de conhecidos para completos desconhecidos, uma cambada de ilusões e de sonhos destruídos. Por isso, aceitem este conselho: não aceitem quem não vos quer. Parece simples, mas muitas pessoas enganam-se a pensar que, co

Escritor, o mito desmitificado

(---ATENÇÃO!---) (Se alguém se sentir ofendido com o que está prestes a ler, a solução é tão simples como clicar no canto superior direito, naquele X enorme. Isto é a minha humilde opinião, se não gostam, saiam por favor. Não digam que não foram avisados.) Ser escritor... parece fácil, não? Não! Mas não mesmo. Um NÃO com letras enormes nem é suficiente para explicar a frustração que é tentar ser escritor em Portugal. A primeira imagem que nos vem à cabeça se pensarmos num escritor é, provavelmente, um homem velho e azedo que manda vir com toda a gente. Que tem mil razões para voltar costas ao mundo. Mas nem todos os escritores são assim. Nem todos eles são velhos, nem todos eles são amargos e nem todos eles são doidos. Sim, porque há quem acredite que um escritor precisa de matar alguém para escrever um bom policial. Que são as experiências que nos moldam enquanto escritores. Quer isto então dizer que todos os escritores se enfiam nas discotecas e se embebedam para conseguirem

O escuro monstro que habita dentro das nossas cabeças

A ansiedade é como um monstro escuro. Vive nas nossas cabeças, enclausurado e numa agitação profunda. Se ele se move, nem que seja um milímetro, é um tremor de terra que abala os nossos corpos. E o pequeno e invisível monstro tem fome. Alimenta-se de toda a luz que o rodeia. Sei disso porque me roubou a minha. O monstro escuro que vive na minha cabeça tem vindo a crescer. E, quando digo aos meus pais eles respondem-me “isso controla-se”. Pois. E se lhes contasse sobre as noites de insônias? Sobre as noites em que os belos sonhos se transformam subitamente em negros pesadelos? Sobre o eterno medo do futuro que ainda lá vem longe, que vagueia em lentos passos, arrastando os pés? Conto os segundos até ao seu próximo despertar, porque sei que ele está sempre lá. Adormece, às vezes. E depois desperta, de rompante, acelerando o meu pobre coração, gelando os ossos. São mil os pensamentos que dentro da minha cabeça entram em corrida, numa frustrada luta pela sobrevivência. Ter ans

Amigos e Amigos

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Os amigos são uma parte fundamental da nossa vida. Mas há amigos e amigos. Ao longo das nossas vidas, apercebemo-nos muitas vezes que talvez tenhamos estado com as pessoas erradas. Cometemos erros. E é ao cometer esses erros que aprendemos a ser melhores. Tenho amigos. Bastantes até. Mas já tive muitos amigos com quem me zanguei. Já tive muitos amigos que não eram realmente meus amigos. Que não se importavam realmente comigo. Que não me amavam. Ter amigos é saber amar. É ter paciência mesmo para aturar os seus piores momentos, é ajudá-los, convencê-los que eles são capazes, que eles são boas pessoa, acalmá-los. É estar presente nos bons e nos maus momentos. É rir-se das suas piadas, mesmo quando elas não são assim tão engraçadas. Tenho uma amiga assim. Um amor de pessoa, que sei que me adora e que está lá quando eu preciso. E que eu a adoro a ela, porque sem ela não seria nem metade da pessoa que sou hoje. Somos duas totós, crianças até, mas o tempo que passo com ela traz-me a ve

A magia dos filmes da Disney

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Quem é que nunca, num sentimento de plena nostalgia, ligou a televisão e pensou: hoje apetece-me mesmo ver o Rei Leão. Que se lixe! Vou vê-lo. Eu sim. Talvez vocês. Talvez toda a gente que nos rodeia já o tenha feito, nem que não tenha coragem de o admitir. Vou ser muito sincera. Não me arrependo de o fazer. Cada vez que ligo a televisão, mesmo triste, zangada ou stressada, basta-me ver o símbolo do castelo mágico. É como regressar à minha infância, onde tudo parecia (e de facto era!) fácil. Adoro o Rei Leão. A Mulan. O Hércules. Ou até mesmo o COCO. São filmes tão bonitos, tão mágicos, tão... repletos de significado. A parte mais engraçada é que tenho quase 20 anos e ainda encontro felicidade em filmes de animação. O que nos mostra que muitas vezes as coisas que nos fazem felizes são as pequenas coisas. Os pequenos momentos. As pequenas ações que podem ter muito significado. Contudo, as coisas só têm a quantidade de significado que lhes atribuímos. E para mim os filmes da Disney