A magia dos filmes da Disney

Quem é que nunca, num sentimento de plena nostalgia, ligou a televisão e pensou: hoje apetece-me mesmo ver o Rei Leão. Que se lixe! Vou vê-lo.

Eu sim. Talvez vocês. Talvez toda a gente que nos rodeia já o tenha feito, nem que não tenha coragem de o admitir.

Vou ser muito sincera. Não me arrependo de o fazer. Cada vez que ligo a televisão, mesmo triste, zangada ou stressada, basta-me ver o símbolo do castelo mágico. É como regressar à minha infância, onde tudo parecia (e de facto era!) fácil.

Adoro o Rei Leão. A Mulan. O Hércules. Ou até mesmo o COCO. São filmes tão bonitos, tão mágicos, tão... repletos de significado. A parte mais engraçada é que tenho quase 20 anos e ainda encontro felicidade em filmes de animação. O que nos mostra que muitas vezes as coisas que nos fazem felizes são as pequenas coisas. Os pequenos momentos. As pequenas ações que podem ter muito significado. Contudo, as coisas só têm a quantidade de significado que lhes atribuímos. E para mim os filmes da Disney são um porto de abrigo. Fazem parte de quem sou. E se isso faz de mim alguém infantil, que assim seja.

E as músicas? Meu deus, que mundo! É capaz de ser a melhor parte... é incrível o poder que um conjunto de palavras tem de provocar no ser humano. Afinal, é só um conjunto de palavras, de sons, que combinadas formam frases, versos, mas que não deixam de inspirar, de provocar emoções que talvez tivessem enterradas já há muito no nosso inconsciente.

A arte é isso mesmo. A literatura é arte. Escrever uma música ou uma letra ou até um guião... é arte, é trabalho, é dedicação. E se pensam por um segundo que a escrita é uma arte moribunda, pensem de novo. A escrita faz parte de quem eu sou enquanto ser humano. Ajudou-me muito. E criou cada obra de arte, desde guiões, a músicas, a obras que ainda hoje são atuais, que ainda inspiram, arrepiam e que nos fazem revirar de noite a pensar em como alguém conseguiu pensar naquilo.

O que me espanta é o facto de ligar a televisão, ou o computador (é pirataria, sim, não me julguem, sei que também o fazem) e ainda me ligar àquelas histórias, conseguindo percebê-las de tal forma... é como se estivesse a vê-las pela primeira vez. O que demonstra, mais uma vez, que quem as escreveu tem um enorme talento. E uma alma jovem, subtil, que consegue adaptar-se a qualquer público.

Animação? É para crianças, certo? Não. Errado, completamente errado. É para almas jovens, subtis, que ao mesmo tempo também são almas velhas, porque sabem que para além daqueles momentos musicais fantásticos, cheios de cor, de movimento, existem momentos negros nas nossas vidas. Momentos em que tudo desaba e em que nada faz sentido, que nos apetece levar às mãos à cabeça e gritar, ou chorar, ou escrever. Momentos em que nos apetece desistir. De tudo. A vida é uma sucessão de momentos, de felicidade, tristeza, paz, de amor, em que tanto estamos no topo, num musical super colorido, com pessoas a dançar, a cantar e toda a gente está feliz, como numa sinfonia tristonha, com uma letra cinzenta, melancólica e vazia. Não podemos evitá-lo, simplesmente.

O que nos faz feliz? O que nos ajuda a superar a tristeza, ou a ansiedade, ou o stress? Existe uma fórmula mágica para alcançar a felicidade? Não. A felicidade é momentânea. É estranha, até. É como um passarinho, que tanto está pousado no nosso jardim como de repente já está longe, mas bem longe. E não há maneira de a agarrar de volta. Mas há maneiras de aproveitá-la. Até ao último minuto. Até que ela se desvaneça por entre as nossas mãos, como cinzas que voam ao som do vento.

Eu chorei a ver o Patinho Feio quando era pequena. É verdade. Escondi-me atrás do sofá. Porquê? Não faço a mínima ideia. Mas lá está, os filmes e a arte em geral só são arte porque provocam, porque despertam algo em nós. Nem que seja a vontade de adormecer, já que o filme é tão mau, mas tão mau que uma soneca no sofá é a melhor alternativa. :) 

Por fim, para aqueles leitores que estiveram noutras páginas ao mesmo tempo que estiveram a ler este texto (grandinho, até), a fazer scroll pelo Facebook (talvez não, porque o Facebook está a MORRER lentamente), ou pelo Instragram ou pelo Snapchat, ou a ver os Tweets do Donald Trump (que são interessantíssimos), esta é para vocês: os filmes da Disney são mágicos porque nos fazem sonhar. 

De resto, Hakuna Matata! 

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